Projeto da UERJ-ZO Promove Conscientização Sobre Cultivo Sustentável de Plantas Medicinais

A Faculdade de Ciências Biológicas e Saúde (FCBS) da UERJ Zona Oeste, em Campo Grande, está à frente do projeto de extensão “Horta de Plantas Medicinais”, que visa conscientizar estudantes e a comunidade sobre práticas sustentáveis no cultivo de plantas medicinais. Com uma abordagem interdisciplinar, o projeto reúne professores e alunos dos cursos de Farmácia e Biologia.

A professora Marise Mello, uma das coordenadoras do projeto, explica que a iniciativa busca ensinar técnicas sustentáveis de cultivo, manejo e uso de plantas medicinais. “Trabalhamos com os alunos desde a adubação do solo até a colheita e o uso das plantas”, destaca.

A horta, criada em 2016, enfrentou desafios durante a pandemia, mas foi revitalizada em 2022. “Quando retomamos, o espaço estava tomado pelo mato. Precisamos limpar, reconstruir os canteiros e instalar um sistema de irrigação”, conta Marise. Agora, o projeto está na fase de replantio de sementes e mudas.

Entre as plantas cultivadas estão sálvia, hortelã-pimenta, bálsamo, boldo, carqueja, erva-doce e arruda. Marise enfatiza que o foco é utilizar plantas amplamente estudadas e reconhecidas pela ciência. “Não estamos em busca de novas espécies, mas sim de aplicar o conhecimento existente para manter uma horta saudável”, explica.

A professora Liliana Lemos, também coordenadora do projeto, ressalta a importância de resgatar o conhecimento sobre plantas medicinais, ofuscado pelo imediatismo da vida moderna e a prevalência da indústria farmacêutica. “Queremos incentivar a retomada desse conhecimento ancestral”, afirma Liliana. Ela destaca que as plantas medicinais não geram resíduos nocivos, ao contrário dos medicamentos industrializados que produzem grande quantidade de resíduos que necessitam de descarte adequado.

Técnicas Sustentáveis no Cultivo

Uma das práticas sustentáveis adotadas é a compostagem, que transforma resíduos orgânicos em adubo. “Usamos folhas e galhos das podas realizadas no campus para produzir húmus, que aduba os canteiros da horta após alguns meses de compostagem”, explica Marise.

Outra técnica utilizada é a hidroponia, que envolve o cultivo de plantas em água enriquecida com nutrientes essenciais. “A hidroponia permite um crescimento rápido das plantas, já que controlamos a dosagem de nutrientes”, destaca a professora.

O projeto segue um cronograma de quatro etapas: a Etapa Semente, focada no planejamento; a Etapa Broto, que inclui a montagem da estrutura, limpeza e adubação; a Etapa Verde, que envolve a aquisição de mudas e início do plantio; e a Etapa Muda, dedicada à replicação da proposta e promoção de ações de economia solidária.

O “Horta de Plantas Medicinais” da UERJ-ZO promove a conscientização sobre práticas sustentáveis e a qualidade de vida associada ao uso de plantas medicinais. Marise ressalta a importância de repensar o manejo de resíduos na atenção à saúde, considerando os impactos ambientais dos medicamentos industrializados. “Os resíduos de medicamentos são uma fonte crescente de poluição na água e no solo”, conclui.